domingo, 22 de setembro de 2013

A poesia se descobre na geografia




Uma cidade antiga
totalmente construída com a argila de um rio;
eu caminho sobre ela, ela caminha sobre mim;
essa cidade não é perto nem distante,
fica num dos pontos do mapa,
numa das taças de minha cabeça

Existe um templo na cidade 

há centenas de anos;
o coração sagrado da cidade é protegido...
pela a argila do rio,
pelas mãos lavradas das mulheres,
das crianças e dos homens

Os rios do Terra ora se ocultam no solo,
ora são cristalizados pelo frio,
ora escorrem em muitas quedas
pela minha cama que também é tua

E as pontes vivas construidas com raízes
por muitas e muitas gerações,
servem para que se atrevesse
as violentas águas em segurança,
é o exemplo de comunhão perfeita
que uma certa civilização desenvolveu

A poesia entra nas fendas das pedras,
nas fendas do tempo que está além
do tempo que não pode ser chamado de tempo,
se descobre na geografia
que se espalha de um polo ao outro;
arranca dos céus as estrelas,
às coloca na boca que beija

( edu planchêz)

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