JANELAS DE PRATA
Livro de Edu Planchêz
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Língua de Edu Planchêz
Devo escrever para os olhares do vento,
para as bestas, asnos,
vultos, ou melhor,
para as paredes;
pelo que me parece,
os leitores, não mais existem,
ou se omitem, provavelmente,
sentem-se dopados
diante da lisergia de minhas palavras,
e abdicam de expressar qualquer coisa,
ou devem pensar:"se eu comentar,
vou estar validando as insanidades
de um vagabundo, de um paria,
de um que acha irmão gêmeo de Artaud"
Se tenho leitores ou não,
tornou-se nesse agora desimportante,
a escrita para mim é apenas uma terapia,
um passa-tempo, um jogo perigoso
para você que teme tudo que é selvagem,
tribal, o que foge a compreenção comum,
o que nunca chega na tua pele
livre das roupas e dos valores
do mercantilismo porque é devasso,
e o que é devasso,
vai te arrancar desse assento
aparentemente novo,
mas que é velho por não possuir alma,
dentes de nadja, vagina de aranha,
língua de Edu Planchêz
( edu planchêz )
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
GAVIÃO
Todos já falaram do mar,
o que o mar falará de mim,
seu eu falar do mar?
Eu que já estive na água doce,
na água ferrosa da música Celta,
nas salobras canções dos ribeirinhos,
nas reggae águas daqueles cabelos...
hoje permaneço imerso nas páginas,
no livro...
que meu pai e minha mãe rascunharam
Hoje jogo xadrez com o inventor do xadrez,
com a Senhora mor que dedilha a harpa,
com o Gavião que está no ombro
de meu Mestre
( edu planchêz )
sábado, 2 de novembro de 2013
Estrada
Estrada de Ferro Madeira Mamoré,
estrada de ferro,
estrada cor de cobre repleta de seivas,
repleta de criaturas
cor de metal esverdeado,
cor de mato, de pedra de anel
Não sei em qual rio beijei a tua boca,
as tuas mãos tão leves...
Vivo no tempo do sonho,
das borboletas dos quadros de Dali...
Vinde dos arvoredos a voz
que preciso, as flores e os frutos,
minhas solitárias palavras já não bastam,
que venham outras palavras
vindas de outro alguém,
vivo simples, sou feito de flores
( edu planchêz )
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Nas veias das crianças
As palavras muitas vezes me cansam,
ou eu me canso delas;
para relaxar,
continuo escrevendo,
marcando telas de lumes,
telas de signos,
páginas e mais páginas...
Acredito que as caras,
são perfeitas para largarmos palavras,
beijos e afagos,
retratos de céus,
retratos meus e teus,
claríssimas centelhas
Palavras correm pela pele
dos oceanos,
pelos geométrico desenhos
das marajoaras cerâmicas,
no crânio que serve de casa
para a ostra e o caranguejo
Observo e sou observado
pele tromba d'água
que se forma entre meu corpo
e o corpo do continente
Antônio Eduardo Planchêz de Carvalho,
espalha coisas, vocábulos,
ideias desconexas
na compreensão da maioria
Continuo escrevendo por teimosia,
pois sei, que há uma conspiração do silêncio
em relação a minha pessoa,
a minha obra
( Eu os incomodo? )
Não fiquem incomodados,
minha pretensão é mínima,
apenas almejo, o Coliseu
e o coração da Esfinge,
a cadeira de José de Saramago,
e os olhares de Jorge Luiz Borges
Júlio Cortásar,
que tuas páginas se casem
com as minhas
no voo alvo do cisne,
na aridez do Saara em flor,
nas veias das crianças do Brasil
e da Nicarágua,
pelas cenas imaginadas por Godard
e Glauber Rocha
( edu planchêz )
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Copacabana nua...
A cabeça dói,
a noite é pequena
diante da pequena noite
das mulheres que correm
de carro para carro,
de hotel para hotel
pela Copacabana nua
em que toquei meu violão
sentado na calçada
que fica em frente
ao ninho das que são amantes
de todos, basta pagar
E o mar, não digo indiferente,
rosnou mordendo o breu do mar,
o breu dos companheiros
da grande estrada,
da grande passagem,
dos violinos a pairar
pela Copacabana
do meu sangue
de suposto tradutor
que usa luvas brancas
para alisar tuas coxas,
para alisar nossa cidade
observada pelos navios atracados
diante do farol sinalizador
que nos conta
o que os anos viram
por Copacabana
de véu e lua,
de canções e anáguas
de rendas e escamas de peixes
Remo com meus pés imaginários
pelas areias
do fim que se estende
pelo abissal
e pela superfície
dos cavalos de sal
encontrados e perdidos
no que agora escrevo
para continuar
E as mulheres,
e os homens,
e os filmes espalhados
nas mesas dos bares
pelos personagens
do ontem e do agora,
do nunca que é pérola
na boca do mundo
da Copacabana
que se quebra
com águas prismáticas
nas pedras
Não sei se era só isso
que queria contar,
não sei se devo alongar esse escrito
com o conteúdo da pirâmide
que ora vejo
erguer-se
( edu planchêz )
sábado, 26 de outubro de 2013
Pelos raios
Eu aqui no fim do mundo,
o fim do mundo em mim,
meus pais, meus irmãos nas nuvens,
no pensamento distante,
num prato que deixei
pela estrada,
nas cavernas de meus delirios
Tal qual anjo sem planeta,
vaguei, vago nas terras,
nas carnes do que vai e não volta,
do que volta e se depara
com os que já se foram,
com os que estão chegando
Tudo continua,
nas ramas das estrelas descobertas,
no hálito das pedras
que sempre foram minhas
E vai o homem de vento,
batendo a cabeça na cabeça do tempo,
das tempestades,
amarrado aos tecidos,
a pele da cor,
ao perto e ao longe,
mas sempre apartado
pelos raios
e os lírios do campo
( edu planchêz )
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Por dentro dos tubos de fumaça
Há muitos poemas no creme de leite,
no macarrão, no queijo ralado,
na ponta do lápis
que Ferreira Gullar usou
para mastigar o "poema sujo",
o poema "galos galos"...
Minhas vistas pré fabricadas pastam
por dentro dos tubos de fumaça,
pelas colunas de ferro e fogo,
nas cataratas do Niágara
Ando sobre e sob as brasas
da fogueira construída
com os acordes de Hedrix
no cume da montanha de Zaratustra,
no Monte Fugi venerado pelo meu mestre,
nas fotografias que ele ( meu mestre)
bateu com sua máquina de preces
No centro do Amazônia profundo,
nos meandros da caverna
que levou Aleister Crowley
(depois de se encontrar com Fernando Pessoa)
de Lisboa à Paris,
do inferno aos céus de Dante e Virgílio,
da negra floresta descrita
por Gabriel Garcia Marques
a Luna Amarela de Caninos Branco
Jack London partiria esse cubo de açucar
comigo, diante dos escuros lôbos
do Ártico, dos Golfinhos
da baia da Guanabara,
da baia de São Francisco
e seus irmãos piratas
( edu planchêz )
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Sob o Farol da Barra
Depois das três e cinquenta de sexta-feira, depois de flexionar meu pênis
assistindo uns vídeos,
esbarro com a poesia branca,
com a placa de gelo,
com a calota polar,
com os sóis perfumes
que nos chegam em caixas
pelo correio ventral,
pelos vãos teus,
pelas escotilhas dos filmes submarinos
Antes das três e cinquenta e oito...
Brigitte Bardot ainda menina,
aparece do tudo
apenas usando um relógio
cravejado de diamantes vermelhos
O poema que cheira a scott nos alimenta,
nos espalha pelas estações do metrô de Paris,
pelas estações das gondolas de Veneza
mais que quente, mais que ácida,
mais que os raios
que caem de nós
sob o Farol da Barra
( edu planchêz )
A BARCA DE NETUNO
É sutil, vem da inteligência,
da beleza, das cores da água,
dos riscos que a barca de Netuno deixa
no simples, nas encantadas plumas
geridas pelo nosso verde azul encontro
( edu planchêz )
terça-feira, 22 de outubro de 2013
Seios do samba
Ao Nordeste dos peixes
que imagino nascerem de você
está o arco-íris, o beija-flor
as flores do pessegueiro,
o cajueiro coberto de frutos
vermelhos verdes,
as naves que são beijos demorados
Pode ser que esse remo
nos leve para os seios do samba,
para as praias cor de laranja.
para o centro da sala,
para os perfumes da cama
Ao Nordeste dos peixes
que imagino nascerem de você
está o arco-íris, o beija-flor
as flores do pessegueiro,
o cajueiro coberto de frutos
vermelhos verdes,
as naves que são beijos demorados
Pode ser que esse remo
nos leve para os seios do samba,
para as praias cor de laranja.
para o centro da sala,
para os perfumes da cama
( edu planchêz )
domingo, 20 de outubro de 2013
Partituras escritas pelas chuvas...
Cortante é a raiz das chuvas vindas do antigamente,
dos dias que minha mãe e seus irmãos,
faziam por Cascadura o que as guitarras
do hoje e sempre fazem
em meus sentidos açucarados
pela bondade das abelhas
Pela bondade das borboletas choro,
apanho no chão dos livros folhas
da dourada árvore
que eu e Rosa vimos em Campos do Jordão
( Floradas na Serra, floradas da dinâmica
queda d'água Véu de Noiva,
floradas passariformes,
floradas ornamentadas por Lagartos
de visões aguçadas,
pelo que eu compreendo
apenas levantando a tampa do bule
que usas para preparar o chá de morangos secos
E minha mãe, sabe onde fica as jazidas
que oculto no umbigo e num dos cílios do olho
comum a todos,
os altares onde me ajoelho
para apanhar as caldas das estrelas,
os vagalumes saídos das brenhas
do capim navalha...
( edu planchêz)
Largado nos rabiscos
deixados pelas patas dos cavalos
do muito além das constelações corantes,
eu e você, filhos do clarão,
da virtude fértil da chuva,
dos morangos que nos pensam
regendo o Natal da Terra,
a idade do ouro selvagem,
as crias da lama, dos peixes anjos,
das correntes forças
que se amam por dentro
das vidas do oceano
escorrido do desejo da maçã
Largados para o sempre
sob a brisa que acaricia
meu filho sorrindo
no alto da torre do tesouro
( edu planchêz)
Na língua do pássaro de nossas preces
Virgilio não é romano e é romano,
e é o poeta regente dos ventos
de nossas cabeças carnudas,
tenho suas mãos nas minhas,
seus olhos, na contra partida
dos meus...
no tatear pelas trevas...
ele é mister Mojo, Mishima, Nijinsky,
o Cavalo Eletrificado Eriberto Leão,
a Nadja de Ouro e Jade Celeste Gullar
Agora que eu não morri,
que eu morri,
que reparto as moléculas
do nada com você,
com as espigas do girassol,
com as pétalas do milho
E vem por dentro do mar dos animais
e das plantas,
e vem por dentro da vagina que é minha e tua,
pelo lastro da lua de meu Amor
que está do outro lado do mundo,
no centro da fabulosa joia pineal
dos atuais e dos futuros sáurios
As pontas das estrelas
formadas pelo teu corpo
e o meu, se espalham
pelo inúmeros mundos presentes
e paralelos,
pelas saias que chamamos de lençóis
E eu que já estou do outro lado,
permaneço em tua frente
ultrapassando
o urro, o uivo, o estrondo primal
do metal derretido,
do uranio aquecido entre nossos dentes,
do mapa rabiscado
na língua do pássaro de nossas preces
( edu planchêz)
sábado, 12 de outubro de 2013
Amo o Mozart devasso
Um jovem de quinze anos tocando chorinho,
não é um jovem,
é um ancião,
ouvi isso da boca de Cazuza
e trouxe pra minha
Edu Planchêz nunca se aposentará,
nem nessa nem nas próximas existências,
o novo está no Sepultura,
no metal derretido de nossas caras,
meus templos são eregidos nas lavas,
no epicentro do tornado,
forças vivas da renovação
Os chinelinhos e o pijama,
estão devidamente incinerados
em meus ventres,
o velho comodista e o cão obediente
jamais deitarão suas peles na minha
Amo o Mozart devasso,
na certa, se vivesse por esses dias,
comporia funk e metal,
moraria comigo na favela,
iria no complexo da Maré
buscar maconha comigo
E foda-se se você torce o nariz
para o esperma dessas palavras,
para urina dos que você evita
por se achar superior
O velho novo beat bate cabeça
com as minhas cabeças
no meio da fogueira,
entre a muvuca que manda
as vidraças dos bancos
e os politicos de merda
pra casa do caralho
( edu planchêz )
terça-feira, 8 de outubro de 2013
SUTRA DAS MARGARIDAS
Aqui na minha Amazônia particular,
no centro do rio, eu e Thiago de Melo,
eu e os aguapés
Você vindo nas correntes do norte,
nas do correntes do sul
da nossa ponte mental...
toda a força do mar
e da grande floresta irradiando
em nossos corpos,
nossas auras
que são arco-íris fabulosos,
profundamente admirados
pelos canoros pássaros
que nos seguem, nos dão sinais,
nos avisam quando as feras chegam,
quando há corredeiras,
areias movediças, serpentes...
No centro da dor, da chave mágica,
do grande continente da alma em flor
que me torna Willian Blake,
o ancião sábio
que edifica o reino unido
de nossos dias
e dos dias vindouros
Eriberto Leão me ouve,
ouve o chamado das águias
e dos peixes de prata lavrada
Irmão, estamos nesse reino,
nessa reserva especial,
nesse campo de sonhos
e buscas,
na casca na árvore,
nos cipós que se unem
para mover em nós as margaridas
plantadas nas crostas dos livros
por Gustavo Terra
que por essa hora dorme
em São José dos Campos
junto aos seus
( edu planchêz )
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
EU VEJO, VOCÊ QUER VER?
( foto: Nijinsky)
O martelo da nova idade,
na mão do homem, prego,
solução ácida,
a ardente terra
da mulher pura
O telefone grita
"tô com fome!"
Para a tomada voa
o carregador,
e descarga celebral
elétrica
Veja o que eu vejo,
subindo nos grãos
do sangue meu e teu:
esse mundo e outros mundos...
as largas passadas
do tempo,
a lentidão
dos ponteiros
que giram
no sentido anti-horário,
eu vejo,
você quer ver?
( edu planchêz)
MUTAÇÕES
Mutações,
pontos doirados
pendidos para o lado esquerdo
Mutações,
pontes, continentes e ilhas,
partículas,
os números escorrendo
pelo relógio
Mutações,
escambo, vem a fênix.
vai a fênix,
o cadeceu
empunhado por Merlin...
Mutações,
pequenos e grandes globos,
cortinas e não cortinas,
as duas linhas que se cruzam
na base e no topo da montanha
Mutações,
reinado com rei,
reinado sem rei,
rainha, dama e valete,
cavaleiros das escoltas
dos homens anjos
( edu planchêz )
sábado, 28 de setembro de 2013
Aparições da noite
Resguardo-me do frio
com fileiras de versos sem trilhos,
escritos pelos mais significativos poetas
Abriste as garras
antes conheceres meu pescoço,
antes de riscares no chão
o tino que deveria tomar,
a água que não deveria ingerir,
o fogo a ser devorado
Por certo apanhaste a pérola
nas dobras do encontro nossos
sob as águas da praia dos pescadores,
caíste dos céus
durante a aurora cor de centeio
Poema serpente,
palmeira de vidro,
nasceste no escambo das peles,
no escambo das escamas...
na precisão das presas,
na bolsa de veneno,
no bote perfeito,
no elo,
nas aparições da noite
( edu planchêz )
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Almanaques que jamáis se perderão
Os dias que andei pela Porto Alegre
de Mário Quintana,
pela Paraíba de Bráulio Tavares...
lado a lado de Betina Kopp,
Glad Azevedo, Igor Cotrim,
Pedro Poeta, Tavinho Paes,
Tico Santa Cruz...
foram dias frios e aquecidos
pela natureza,
por nossos corpos havidos
de olhos e vozes,
de paisagens e estradas,
canções e palavras;
dias iluminados pelos sete samurais
da poesia, pelos sete samuais
ardentes de ventos,
aviões, hotéis,
jantares...
intensas noites
carregadas de múltiplas trocas,
figuras, almanaques
que jamáis se perderão
( edu planchêz )
domingo, 22 de setembro de 2013
A poesia se descobre na geografia
Uma cidade antiga
totalmente construída com a argila de um rio;
eu caminho sobre ela, ela caminha sobre mim;
essa cidade não é perto nem distante,
fica num dos pontos do mapa,
numa das taças de minha cabeça
Existe um templo na cidade
há centenas de anos;
o coração sagrado da cidade é protegido...
pela a argila do rio,
pelas mãos lavradas das mulheres,
das crianças e dos homens
Os rios do Terra ora se ocultam no solo,
ora são cristalizados pelo frio,
ora escorrem em muitas quedas
pela minha cama que também é tua
E as pontes vivas construidas com raízes
por muitas e muitas gerações,
servem para que se atrevesse
as violentas águas em segurança,
é o exemplo de comunhão perfeita
que uma certa civilização desenvolveu
A poesia entra nas fendas das pedras,
nas fendas do tempo que está além
do tempo que não pode ser chamado de tempo,
se descobre na geografia
que se espalha de um polo ao outro;
arranca dos céus as estrelas,
às coloca na boca que beija
( edu planchêz)
XEQUE-MATE
Direto do meu acampamento,
dessa casa improvisada,
do estar e não estar
na celula central do covil
dos lobos
Xeque-mate:
mato o demônio
ou demônio me mata
Xeque-mate:
os cães do gelo negro
me cercam pelos 360 graus,
restam-me assumir a luta
ou assumir assumir a luta
Combate!
As patas do lobo
em minha cara,
minha mão na cara
do lobo, a minha cara,
na cara...
isso parecia tão claro
naquele filme
coberto de neve
Preparo o soco,
o lobo se prepara...
Corta!
( edu planchêz )
sábado, 21 de setembro de 2013
TUA BUCETA
( ao meu amor )
Tua buceta,
tuas unhas me perfuram,
viúva negra louva deus,
me tritura com ganancia
até a minha última vértebra,
até a primeira golfada de porra,
até o sangue do fim
começar a vazar do ânus do oceano,
dos bicos de teus seios imperiais
( edu planchêz )
Pelas peles minhas, pelas peles tuas
Virginia Woolf
com uma xícara de prata
cingida de ouro nas bordas
caminha pela centro da casa
que construo com meu talento,
com o talento do grão amor
Personagens
se materializam
sob as pontas precisas dessas retinas:
James Joyce, Jack London,
Marcel Prost, Fraçois Truffot,
Pier Paolo Pasolini, Julio Bressane,
Manoel de Barros...
Literatura: peça móvel
entre os dedos de quem a escreve,
flecha venenosa vazando
o meu e o vosso olhar
Agora em Acrópole,
explodir os neurônios
dos que abrem os livros
que ora escrevo nas cascatas
da alma gélida
do meu noturno caminhante
condutor maquinista
da nau da generosa poesia,
da aterrorizadora prosa
do mundo esquecido
Esses escritos
cabem nos extensos
versos de José de Saramago,
na "Jangada de Pedra"
e nas outras jangadas
da lusitana marcha
Volto ao interior,
às serpentes que se espalham
feito fungos
pelas peles minhas,
pelas peles tuas
( edu planchêz )
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