segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Jacarepaguá natal
Dentro de uma das caixas,
dentro de todas as caixas,
dentro do uniforme de vidro verde
que uso para usar as letras do alfabeto mágico
que nascem no chão do quintal
da casa de meus avós
que fica no pretérito mais que perfeito
de uma rua repleta de goiabeiras
que florescem apenas na memória
e nas bocas que provaram
pós as flores as frutas
Mundo das lembranças,
mundo dos espíritos ,
mundo das almas construídas
com a matéria dos meus poetas preferidos;
e eu me ponho de joelhos,
e eu fico de quatro
observando as meninas
que enfeitam essa estrada virgolândia,
essa jacarepaguá natal
As montanhas da minha terra,
do meu berço;
meu berço são essas montanhas
de onde corre a água
que eu e meu filho bebemos
As chuvas que chegam
do mar, do pontal
do recreio dos bandeirantes,
celebram
o tempo que tive que dormir
para não ver
meus olhos tristes
pós a partida dos meus
e dos teus
( edu planchêz )
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