segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Minha moeda é o sol



                                     ( à Julinho Pereira e Marcelo Ferraz)

Em minhas veias corre sangue, não dinheiro,
morava em uma vala, mas nunca me faltou o sonho,
a beleza de correr vistas, mãos e pés...
pelas joias da lama,
pelos corredores dourados da fértil lama,
da fértil claridade do que sempre vem
para os que mergulham mais que os caranguejos,
que correm mais que os ratos,
mais que as barbatanas do peixe-trovão

Agora sou a noiva, o buquê e o véu,
a fatia do bolo
e as uvas que nos cobrem os cabelos

Do mundo real, trago o fubá,
do irreal, as retinas da alma
de minha irmã Ana Lúcia

E eu que estive no colo do charco,
continuo no colo do charco,
nas pestanas do larva-mãe,
nas camadas sub cultâneas 
do imaginário

Eles, os meus amigos,
continuam acariciando cédulas
e moedas, as contas para pagar...
e eu, continuo com a certeza
que a minha moeda é o sol

    ( edu planchêz )

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