segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Noite da alma de meu filho, noite de minha alma



Noite da alma de meu filho, 
noite de minha alma,
noite que se eleva da mais intensa geleira,
do pensamento desencontrado, 
do sentimento alquebrado,
noite dos elefantes em fuga,
da suprema estrela do oriente rei 

Acenda um fósforo no pavio de minha nuca,
nas entranhas dessa existência 
acontecida em muitos corpos 
futuros presentes passados mais que perfeitos,
corpos fortes e francos, corpos

Minha Mãe,
minhas mães, 
meus pais, filhos meus,
avós de meus avós...
se gemi ajoelhado por todo o verão inverno,
foi porque eu não via o verão inverno,
se tinha olhos, ignorava os ter,
se tinha quintais, quem me responde?

A grande pedra branca,
boia sobre a salgada água,
na saliva do tempo,
na boca dos que cantam,
e eu canto,
e esse canto arrasta as correntes
geridas por mim mesmo
até a fornalha mais próxima

   ( edu planchêz )

Nenhum comentário:

Postar um comentário